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Catar supera crise do Golfo apesar do severo bloqueio que já dura mil dias

Emir do Catar xeque Tamim Bin Hamad Al-Thani, em Doha, Catar, 8 de dezembro de 2019 [Conselho do Emirado do Catar/Agência Anadolu]

Doha continua a florescer e superar dificuldades econômicas apesar do bloqueio que já está em exercício por mais de mil dias, conforme informações da Agência Anadolu.

“No fim de fevereiro de 2020, o cerco injusto completou mil dias, que representou uma era de fracassos, desorientação e declínio moral aos países do bloqueio”, afirmou Salem bin Mubarak Al Shafi, Embaixador do Catar na Turquia, à Anadolu. “Mas para o Catar, foram mil dias de orgulho e resistência.”

Em meados de 2017, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito romperam abruptamente todas as relações com o Catar, acusando o governo em Doha de conceder apoio a grupos terroristas.

O Catar negou enfaticamente todas as alegações e descreveu o embargo liderado pelo governo saudita como uma “violação da lei internacional”.

Não há sinais de resolução da crise até o momento, apesar de tentativas de mediação e declarações recíprocas emitidas por oficiais sauditas e catarianos.

O embaixador destacou que o Catar não comprometerá de modo algum sua soberania e reiterou que Doha sempre “adotará o caminho do diálogo e soluções pacíficas.”

“Os países do bloqueio pretendiam isolar o Catar internacionalmente, ao inundar a comunidade internacional com alegações e mentiras”, afirmou Al Shafi. “Mas os fatos sempre vencem e não podem ser detidos; então, todos esses esforços falharam.”

A posição da Turquia

Após o anúncio do bloqueio, a economia do Catar conseguiu navegar com sucesso a despeito dos obstáculos impostos, acrescentou Al Shafi. “E não nos esqueçamos da posição histórica da Turquia ao nosso lado quando imediatamente rompeu o bloqueio econômico via ar logo nas primeiras horas.”

O embaixador observou que a linha marítima Turquia-Catar, do porto ocidental de Izmir ao porto de Hamad, mantém fluxo constante de bens e produtos.

“A posição da Turquia ao nosso lado foi a maior evidência da relação distinta de fraternidade que nos une, particularmente pois tende ao que é certo, uma postura que jamais falhou em fazer tudo o possível para contribuir com a segurança, unidade e estabilidade para a região”, afirmou o diplomata.

O embaixador destacou ainda que o Catar está ciente das medidas humanitárias da Turquia e sua abordagem moral “feita quase de modo solitário diante de outros blocos”.

“Estamos cientes também das decisões que a Turquia tomou para proteger sua segurança nacional e garantir condições de vida decentes aos imigrantes que se asilaram em suas terras”, ressaltou Al Shafi, ao referir-se à influência turca na região e na comunidade internacional.

“Mas a história jamais esquece e recorda tudo, tanto sobre aqueles que desejaram construir nações quanto sobre aqueles que espalharam o caos na face da terra”, alertou o embaixador.

O Catar continua a florescer

Al Shafi enfatizou que seu país passou a realizar projetos cujo propósito é garantir sua autossuficiência em setores fundamentais, como alimentação e remédios, ao diversificar investimentos com colaborações regionais e internacionais.

O embaixador destacou os esforços de mediação assumidos pelo Catar para estabelecer um acordo de paz entre Estados Unidos e o grupo Talibã, do Afeganistão, após vinte anos de confrontos. Segundo ele, trata-se do mais óbvio exemplo de sucesso apesar das tentativas dos países do bloqueio em isolar o país do Golfo.

Al Shafi também enfatizou que seu país continuou a florescer nas áreas política, econômica, científica, artística, cultural e esportiva, ao tornar-se referência e sediar dezenas de atividades intelectuais, campeonatos esportivos, conferências e eventos políticos.

“O Catar continuou a implementar enormes projetos relacionados à organização da Copa do Mundo FIFA 2022”, declarou o diplomata.

Apesar do bloqueio, segundo Al Shafi, o Catar não hesitou em conceder apoio àqueles em necessidade, mencionando sua campanha humanitária para as populações deslocadas no norte da Síria, que sofrem devido à guerra.

“Respeitamos a soberania dos estados dentro de seus territórios e desejamos alcançar segurança e estabilidade na região”, declarou o embaixador. “Mas isso só pode ser feito por meio da colaboração de todos os esforços, cooperação sincera e respeito à própria soberania do estado do Catar”.

LEIA: Emir do Catar diz que não haverá paz no Oriente Médio sem os direitos dos palestinos

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