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Grupos de direitos humanos pedem investigação britânica sobre sequestro da princesa de Dubai

Primeiro-Ministro dos Emirados Árabes Unidos (EAU) xeque Mohammed Bin Rashid Al-Maktoum, 15 de abril de 2016 [foto de arquivo]

Organizações britânicas levantaram dúvidas sobre o papel das autoridades britânicas no desaparecimento das filhas do xeque Mohammed Bin Rashid Al-Maktoum, governante de Dubai, vice-presidente e Primeiro-Ministro dos Emirados Árabes Unidos (EAU). Segundo relatos, Al-Maktoum “ordenou e orquestrou” o sequestro em Cambridge e retorno forçado a Dubai de suas filhas Shamsa, em agosto de 2000, e Latifa, em 2002 e 2018.

O caso foi reaberto pela polícia britânica que anunciou recentemente sua decisão de rever a investigação de 2000 sobre o desaparecimento das irmãs.

Novos detalhes surgiram sobre o caso e incitaram apelos por um inquérito independente sobre os papéis do gabinete de Relações Exteriores e da polícia do condado de Cambridge após surgirem relatos de que Shamsa de fato contactou as forças policiais em 2017, pedindo ajuda para garantir sua soltura em Dubai, dezessete anos após ser sequestrada em território britânico.

David Haigh, advogado de direitos humanos, descobriu detalhes sobre o telefonema quando a investigação sobre a abdução de Shamsa foi reaberta. Haigh afirmou que uma detetive local lhe informou que a princesa emiradense telefonou em 2017 requerendo ajuda policial.

Haigh revelou detalhes da conversa por telefone entre um oficial de polícia e Shamsa ao jornal britânico The Observer. “Ela [oficial de polícia] disse: ‘Eu estava aqui quando Shamsa nos ligou seis meses atrás’, fiquei surpreso e ela disse ‘você não sabia disso?’”, relatou Haigh.

Esta revelação embaraçosa levou a novos pedidos para abertura de uma investigação sobre a própria polícia.

Kate Allen, diretora da Anistia Internacional no Reino Unido, reivindicou que a polícia local apresente-se ao Escritório Independente de Conduta Policial (IOPC). “Dada a seriedade das alegações referentes à polícia de Cambridgeshire, por diligência durante investigação sobre o desaparecimento da princesa Shamsa, apresentar-se voluntariamente ao IOPC é a ação mais correta”, declarou Allen.

“É de absoluta importância que a confiança pública na polícia não seja prejudicada em casos como este, considerando relatos de interferência política no mais alto nível”, reiterou Allen.

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