Forças de segurança do Líbano disparam canhões de água contra manifestantes

Forças de segurança do Líbano dispararam canhões de água e gás lacrimogêneo contra manifestantes que tentavam romper uma barricada instalada em frente à sede do governo, no centro da capital libanesa Beirute, conforme relatos divulgados pela agência Reuters.

Alguns manifestantes entre as centenas de pessoas que reuniram-se para uma marcha organizada conseguiram efetivamente abrir o portão de metal que lhes bloqueava a entrada à sede do governo; contudo, foram repelidos pelas forças policiais.

Após o incidente, as Forças de Segurança Interna do Líbano utilizaram o Twitter para requisitar a saída dos manifestantes do local, “para sua própria segurança”. Enquanto isso, ainda no local, a polícia espalhava-se coordenadamente para dispersar dezenas de manifestantes remanescentes.

“Queremos que as manifestações sejam pacíficas para que prevaleçam”, afirmou Abdo Saadeh, ao criticar o governo composto esta semana como “disfarce” para a elite política ainda mandante no país. Os manifestantes alegam que a elite política é de fato responsável por levar o país ao colapso social e econômico.

O Hezbollah e seus aliados formaram um grupo de tecnocratas, indicados por seus respectivos partidos, para operar sob a liderança do atual Primeiro-Ministro Hassan Diab, incumbido para o cargo após protestos forçarem a renúncia do ex-premiê Saad Al-Hariri, em 29 de outubro de 2019.

“Viemos aqui hoje porque não há qualquer confiança no governo”, reiterou Saadeh. “Eles trouxeram seus camaradas, seus consultores.”

O novo governo deve lidar com uma emergência financeira que desvalorizou gravemente a moeda libanesa, inflacionou os preços e levou os bancos a impor políticas de controle de capital. As condições de segurança também se deterioraram, com centenas de feridos no último fim de semana durante confrontos entre manifestantes e forças policiais.

“Queremos um governo de representantes independentes, não partidos”, afirmou a manifestante Reema Ajouz. “Representantes independentes podem salvar o país. Mas com os políticos que temos, estamos a caminho do abismo.”

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