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Explosão de carro-bomba fere empreiteiros turcos e policiais locais perto da capital da Somália

Policiais somalis recebem treinamento de contraterrorismo conduzido por soldados da Turquia representando a Escola de Formação Militar Foca do Centro de Comando em Izmir, Turquia, 3 de outubro de 2019 [Evren Atalay/Agência Anadolu]

Insurgentes somalis ligados à al-Qaeda assumiram a responsabilidade por um ataque realizado com carro-bomba neste sábado (18), que feriu ao menos 15 pessoas em Afgoye, a noroeste de Mogadishu, capital da Somália.

A polícia somali declarou que entre os feridos estão empreiteiros turcos e cidadãos locais.

Ao menos quatro funcionários turcos de uma empresa de construção foram feridos e encaminhados para tratamento médico, segundo informações da Embaixada da Turquia em Mogadishu, divulgadas pela Agência Anadolu.

“Um carro-bomba suicida em alta velocidade invadiu um local onde engenheiros turcos e policiais somalis almoçavam,” relatou o policial Nur Ali à agência Reuters, de Afgoye. “Até então, sabemos que três engenheiros turcos e seu tradutor foram feridos”, acrescentou. “Outros dois policiais também foram feridos pela explosão.”

O grupo paramilitar Al-Shabaab assumiu a responsabilidade pelo atentado. A organização filiada à al-Qaeda frequentemente executa ataques a bomba para tentar agredir o governo central da Somália, que recebe apoio das tropas de paz das Nações Unidas e da União Africana.

“Estamos por trás do martírio do carro-bomba suicida em Afgoye”, declarou Abdiasis Abu Musab, porta-voz do Al-Shabaab. E reiterou: “Atacamos os homens turcos e as forças somalis que estavam com eles. Há baixas, entre mortos e feridos.”

Em dezembro de 2019, uma explosão em um posto de controle em Mogadishu resultou na morte de ao menos 90 pessoas e diversos feridos. Imediatamente após o ataque, a Turquia decidiu transferir alguns dos feridos para seu próprio território, para que recebessem tratamento médico.

Residentes e policiais relataram que combatentes do Al-Shabaab tentaram executar um atentado em Afgoye, a cerca de 30 km da capital somali, na noite de sexta-feira, mas foram impedidos.

Fahrettin Koca, Ministro da Saúde da Turquia, afirmou que seis cidadãos turcos e nove somalis foram feridos no ataque de sábado. “Os feridos foram tratados em nosso Hospital Recep Tayyp Erdogan, na capital somali. Dois de nossos cidadãos estão em estado grave”, declarou Koca em sua página do Twitter. “Quatro dos nove somalis feridos também estão em estado grave. Estamos em contato com nossa embaixada”, reiterou.

Residentes locais descreveram uma “enorme explosão” seguida por “nuvens de fumaça”.

“No momento da explosão, engenheiros turcos e policiais bem armados de um comboio somali estavam no local”, relatou Farah Abdullahi, comerciante de Afgoye, à agência Reuters. “Vimos vítimas serem carregadas, mas não podemos ver se estavam mortas ou feridas.”

A Turquia tornou-se uma fonte majoritária de auxílio à Somália após a epidemia de fome em 2011. O governo turco em Ancara busca aumentar sua área de influência na região do Chifre da África – península que corresponde a Somália, Etiópia e Eritreia –, em reação às investidas de seus rivais do Golfo, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Engenheiros turcos estão trabalhando para ajudar na construção de estradas na Somália. Um grupo de engenheiros estava entre os atingidos pelo ataque executado em dezembro último.

“Condenamos com a maior ênfase o atentado terrorista que buscou atingir civis inocentes na Somália”, salientou o Ministério de Defesa da Turquia em sua página do Twitter.

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