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Israel impede acesso a 250 corpos de vítimas palestinas da ocupação, afirma OLP

16 de janeiro de 2020, às 13h30

Mulher palestina visita seus entes queridos em um cemitério na cidade de Nablus, Cisjordânia ocupada, em 15 de outubro de 2013 [Nedal Eshtayah/Apaimages]

O Comitê de Prisioneiros e Prisioneiros Libertos da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) anunciou nesta quarta-feira (15) que Israel continuará a impedir o acesso a 250 corpos de vítimas palestinas em seus infames “cemitérios coletivos”, relatou a rede de notícias palestina Al Watan Voice.

Segundo Hassan Abed-Rabbu, porta-voz do comitê, enterrar as vítimas palestinas em “cemitérios coletivos” contradiz todas as leis de direitos humanos internacionais, incluindo a Convenção de Genebra.

Abed-Rabbu descreveu tal medida israelense como “antiética” e “racista”, reiterando que trata-se de um tipo de punição coletiva que resulta em danos psicológicos severos para as famílias das vítimas.

“A falta de informação sobre o paradeiro de tais cemitérios multiplica a dor das famílias dos mártires”, destacou Abed-Rabbu. “Todos estes mártires eram muçulmanos e não foram enterrados segundo os costumes islâmicos ou palestinos.”

Abed-Rabbu declarou que o bloqueio do acesso aos corpos ocorre ora por meio de ordens executivas dos ministros de defesa de Israel, ora por decisões judiciais. Ambas, no entanto, têm o objetivo de impor pressão aos palestinos a fim de coibir atos de resistência contra a ocupação israelense, ou mesmo serem utilizados como moeda de troca para uma eventual troca de prisioneiros.

O porta-voz do comitê da OLP reconhece que todos os esforços exercidos para tentar liberar os corpos não chegou a “qualquer resultado tangível”.