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Líderes católicos em Israel exigem que o governo permita que os cristãos de Gaza visitem Belém

20 de dezembro de 2019, às 15h37

Forças de segurança palestinas montam guarda no telhado da Igreja da Natividade, na Praça da Manjedoura, durante a chegada dos participantes da sexta conferência do movimento Fatah à cidade de Belém, na Cisjordânia, em 5 de agosto de 2009 [Najeh Hashlamoun/Apaimages]

Líderes católicos em Israel reafirmaram um apelo para que o governo da ocupação permita que cristão palestinos da Faixa de Gaza viagem para visitar a cidade de Belém, na Cisjordânia, para as festividades do Natal, na próxima semana, relatou o jornal israelense Haaretz.

Na última semana, as autoridades da ocupação israelense declararam que os cristão de Gaza “não receberiam permissão para viajar à Cisjordânia para o feriado”.

Cerca de 950 palestinos, dos aproximadamente 1.200 cristãos de Gaza, requisitaram a saída do território litorâneo para o Natal, mas o governo israelense concordou apenas em “permitir que cem pessoas acima da idade de 45 anos viagem para a Jordânia, mas não para a Cisjordânia”.

Após protestos internacionais, as autoridades da ocupação israelense compartilharam um link online “afirmando que 500 pessoas receberão a permissão para deixar Gaza no Natal”. Entretanto, “algumas horas depois, o link foi deletado e o escritório afirmou que nenhuma decisão fora alcançada, sob a alegação de um erro técnico”.

A declaração emitida ontem (19) pelos líderes das igrejas católicas em Israel para diplomatas estrangeiros, além do governo israelense, condenou a ambiguidade e a indecisão do estado ocupante sobre tais viagens de caráter religioso. Segundo o Haaretz, “os líderes eclesiásticos afirmaram que não autorizar a viagem à Cisjordânia para os eventos do Natal viola efetivamente as liberdades religiosas dos palestinos de Gaza.”

Em 2018, Israel emitiu autorizações a cerca de 700 cristãos palestinos para que viajassem de Gaza a Jerusalém, Belém, Nazaré e outras cidades. Em abril de 2019, cerca de 300 cristãos palestinos de Gaza receberam a autorização para visitar Jerusalém e Cisjordânia para as celebrações da Páscoa, “somente após pressão pública sobre Israel, para que mudasse sua decisão inicial de proibí-los de entrar nos referidos locais”.