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Turquia coloca Mohammed Dahlan na lista de envolvidos com terrorismo

Mohammed Dahlan, ex-chefe do Fatah, em 16 de setembro de 2015 [STR/AFP/Getty Images]

A Turquia adicionou Mohammed Dahlan, ex-líder do partido palestino Fatah e considerado um agente secreto dos Emirados Árabes Unidos, à sua lista de terroristas mais procurados, com uma recompensa de 1,7 milhões de dólares sobre sua captura.

A decisão foi emitida neste sábado (14) pelo Ministério do Interior da Turquia, e mandados de busca e apreensão já foram emitidos contra Dahlan, devido a seu suposto envolvimento na tentativa de executar um golpe militar contra o governo do Presidente Recep Tayyp Erdogan, em 15 de julho de 2016, em cooperação com seguidores do clérigo turco Fethullah Gulen, que permanece exilado nos Estados Unidos.

As acusações contra Dahlan incluem: “tentativa à força de alterar a ordem constitucional, exposição de segredos de estado para propósitos de espionagem, obtenção de segredos de estado para fins políticos ou de espionagem, divulgação de informações confidenciais relacionadas à segurança do estado ou interesse político e espionagem internacional.” Dahlan, anteriormente, negou as alegações de qualquer envolvimento na tentativa de golpe.

A acusação exata que a Turquia agora emitiu contra Dahlan refere-se a uma transferência de dinheiro aos responsáveis diretos por planejar o golpe, em nome do governo dos Emirados Árabes Unidos.

No mês de novembro, Mevlut Cavusoglu, Ministro de Relações Exteriores da Turquia, descreveu Dahlan como um “chefe de bando terrorista”, e o acusou de ser um agente israelense. Segundo o ministro, seria essa a razão para a fuga de Dahlan. Cavusoglu também afirmou que tanto a Arábia Saudita quanto os Emirados Árabes Unidos “tentaram substituir o presidente palestino Mahmoud Abbas por Dahlan.”

Dahlan é crítico voraz do Presidente da Turquia Recep Tayyp Erdogan, a quem já descreveu como “um homem delirante e mentalmente instável, que deseja ressuscitar o Império Otomano a fim de ocupar todo o mundo árabe.”

Dahlan, ex-chefe de forças de segurança e oficial exilado do partido Fatah na Faixa de Gaza – antes de se estabelecer a hegemonia política do Hamas e o bloqueio israelense –, é visto já há algum tempo como uma figura que atua nas sombras, por trás das complexidades da política regional do Oriente Médio. Atualmente, é tido como servil ao governo dos Emirados Árabes Unidos e supostamente desfruta de relações bastante próximas com a família real emiradense Al-Nahyan, por sua vez, acusada reiteradamente de interferir em questões domésticas por toda a região, como o conflito na Síria em particular.

A adição do nome de Dahlan à “lista vermelha” de mais procurados da Turquia ocorre um mês após o país emitir um pedido oficial para que a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) realizasse sua captura. A Turquia também havia emitido um “alerta vermelho” para a prisão de Dahlan no final de novembro, ao colocá-lo na lista de criminosos mais procurados no país, então com uma recompensa de 10 milhões de liras turcas por sua captura. Entretanto, a última medida da segurança turca, ao caracterizá-lo como terrorista, aumenta os valores e deteriora ainda mais a reputação do ex-oficial palestino.

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