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Investigação da ONU sobre participação do Irã em atentado contra petrolíferas sauditas é inconclusiva

Refinaria da Aramco, em Yanbu, Arábia Saudita [Wim Zwijenburg/Pax for Peace/Twitter]

A Organização das Nações Unidas foi “incapaz de corroborar de forma independente” com a alegação de que os mísseis e drones utilizados em ataques contra instalações de petróleo saudita, em setembro de 2019, “são de origem iraniana,” conforme relatou Antonio Guterres, Secretário-Geral da ONU, nesta terça-feira (10) ao Conselho de Segurança. As informações são da agência de notícias Reuters.

Os Estados Unidos, as potências europeias e a Arábia Saudita acusam o Irã de ser responsável pelo atentado de 14 de setembro. O grupo iemenita houthi assumiu responsabilidade pelos ataques; o Irã – que apoia o movimento houthi – negou qualquer envolvimento.

Guterres afirmou que as Nações Unidas examinaram os vestígios das armas utilizadas nos ataques contra a instalação de petróleo saudita na cidade de Afif, executado em maio, contra o aeroporto internacional de Abha, em junho e agosto, e com as instalações da Companhia Árabe Saudita de Petróleo (Aramco), em Khurais e Abqaiq, em setembro.

“No momento, não é possível corroborar independentemente com a informação de que os mísseis de cruzeiro e os veículos aéreos não-tripulados utilizados nestes atentados possuem origem iraniana,” escreveu Guterres no relatório sobre o caso, conforme acesso da agência Reuters.

Os ataques que atingiram as instalações petrolíferas de Abqaiq e Khurais causaram um pico nos preços de petróleo. Incêndios decorrentes dos atentados prejudicaram e interromperam mais de 5% do fornecimento global do produto. Em 3 de outubro, a Arábia Saudita declarou ter restaurado plenamente sua produção.

Especialistas da ONU que monitoram as sanções do Conselho de Segurança ao Irã e Iêmen viajaram à Arábia Saudita poucos dias depois do ataque de 14 de setembro.

O relatório observou que os houthis iemenitas “não demonstraram possuir, conforme as investigações” o tipo de drone utilizado nos ataques às instalações da Aramco.

Guterres apresenta-se semestralmente ao Conselho de Segurança, com um relatório oficial para analisar e implementar o embargo de armas ao Irã, além de outras restrições ainda mantidas após o acordo nuclear de Teerã com potências mundiais, assinado em 2015.

O Conselho de Segurança deve discutir este relatório na próxima semana.

Um painel independente também apresenta-se semestralmente ao Conselho de Segurança, com um relatório sobre a implementação das sanções relacionadas ao conflito no Iêmen, impostas entre 2014 e 2015. Este documento deve ser emitido em janeiro.

Adel al-Jubeir, Ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, declarou a jornalistas em Nova Iorque, no mês de setembro, que seu país havia consultado seus aliados para avaliar quais medidas assumir após os ataques.

“A Organização das Nações Unidas enviou um grupo de pessoas para participar da investigação, assim como outros países enviaram especialistas para auxiliar,” afirmou al-Jubeir, na ocasião. “Quando a equipe de investigadores concluir sua análise, então faremos os devidos anúncios publicamente.”

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