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Comitê Internacional de Apoio a Gaza deseja construir ‘parceria duradoura’ com o setor de saúde palestino

Bebês recém-nascidos em unidade de tratamento intensivo no Hospital de Al-Shifa, na Cidade de Gaza, 27 de junho de 2017 [Mohammed Asad/Monitor do Oriente Médio]

Essam Yousef, chefe do Comitê Popular Internacional de Apoio a Gaza, relatou aos participantes da 2ª conferência para profissionais e ongs do setor de saúde que sua entidade trabalha hoje para implementar um suporte abrangente na área de saúde na Faixa de Gaza, a fim de estabelecer uma “relação duradoura” com a sociedade civil palestina. Yousef escreveu às organizações e indivíduos que participaram do evento organizado pela Fundação Medics World Wide, em Istambul, Turquia, de 30 de novembro a 1° de dezembro.

Em sua mensagem, o ativista palestino de longa data expressou gratidão aos esforços e compromissos das instituições participantes para implementar projetos que melhorem os serviços de saúde disponíveis aos palestinos em necessidade urgente.

“Há uma catástrofe humanitária ocorrendo diante de nossos olhos,” explicou Yousef ao MEMO. “Como alguém que diz se preocupar com o próximo pode virar as costas às pessoas que hoje sofrem? Trata-se de uma crise inteiramente fabricada pelo homem, lembre disso; não se trata de um desastre natural. Temos de fazer tudo ao nosso alcance para ajudar.”

Durante a conferência – denominada “Palestina: o coração não vai parar” (em tradução livre) –, os participantes discutiram diversos projetos urgentes em necessidade para o setor de saúde palestino, em particular para a Faixa de Gaza, onde cidadãos sofrem diariamente com a deterioração das condições de vida, devido fundamentalmente ao cerco israelense sobre o território litorâneo, que já dura mais de treze anos.

A Fundação Medics World Wide destacou que o objetivo da conferência “é unificar e integrar os esforços das organizações humanitárias assim como alcançar efetivamente coordenação, cooperação e compartilhamento de informações sobre o assunto entre as diversas organizações não-governamentais relevantes.”

A organização afirmou também que o evento tem como meta conquistar unidade de trabalho e evitar ambiguidades que possam eventualmente resultar no desperdício de “recursos, tempo e energia.” Reiterou ainda que deseja contribuir para alcançar a terceira cláusula da Metas de Desenvolvimento Sustentável estabelecidas para 2030, a qual particularmente prevê que se garanta a indivíduos de todas as idades o acesso ao bem-estar e condições de vida saudáveis.

A fundação procura soluções práticas para fornecer e distribuir “itens humanitários em necessidade urgente”, em qualquer lugar onde haja desastres e crises humanitárias emergentes, em geral devido a conflitos locais e guerras.

“O setor de saúde palestino, em particular, sofre com uma situação que se deteriora cada vez mais devido ao cerco sufocante a ao conflito em curso. Tais indicadores de piora impõem um pesado fardo sobre a área de saúde, o que pode resultar no colapso de todo o sistema.”

Diversas organizações humanitárias que participaram da conferência se comprometeram a implementar projetos de saúde voltados ao público palestino, de modo que possam garantir tratamento médico apropriado para pacientes e distribuir devidamente remédios, equipamentos e suprimentos médicos necessários à população dentro dos territórios palestinos ocupados e nos campos de refugiados espalhados pela região.

As organizações em questão também pretendem oferecer apoio a hospitais e centros de saúde na Faixa de Gaza, ao auxiliar na realização de operações de emergência e fornecer treinamento para profissionais de saúde palestinos.

Infográfico

Impedindo o acesso dos palestinos à saúde

2.791 orientações de transferência de pacientes de Gaza para instalações exteriores, emitidas pelo Ministério da Saúde palestino

1.837 requerimentos de pacientes às autoridades de Israel para utilizar a Passagem de Erez a fim de receber tratamento

30% menores de 18 anos

17% maiores de 60 anos

36% dos vistos estão atrasados

5% são negados

2.076 requerimentos à autoridades de Israel para atravessar Erez a fim de acompanhar os pacientes

8% são negados

46% permanecem pendentes até a data da consulta médica do paciente

1.104 pacientes de Gaza atravessaram a Passagem de Erez

976 acompanhantes atravessaram a Passagem de Erez

Imagem por The White Canvas: thewhitecanvas.co.uk

Fonte: OMS – estimativas de setembro de 2018

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