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Primeiro-Ministro de Benjamin Netanyahu [foto de arquivo]

Um processo submetido ao parlamento israelense nesta segunda-feira (2) contra o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu reuniu mais de 300 testemunhas de acusação, incluindo amigos magnatas e ex-assessores. A promotoria indiciou Netanyahu por três casos de corrupção. As informações são da agência Reuters.

Ao submeter a acusação oficialmente ao Knesset, após anunciar também as acusações relacionadas ao crime de propina, fraude e quebra de confiança, em 21 de novembro, o Procurador-Geral de Israel Avichai Mandelbit impôs um prazo final de trinta dias para que Netanyahu tentasse obter imunidade parlamentar frente às acusações.

Esta proteção parece improvável. A política israelense sofre uma crise histórica após as eleições de abril e setembro não chegarem a resultados conclusivos: Netanyahu e seu principal adversário, Benny Gantz, ambos falharam em garantir qualquer maioria efetiva no parlamento para então compor um novo governo israelense.

O escândalo de corrupção de Netanyahu – cartum [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

Netanyahu, que exerce o cargo de Primeiro-Ministro desde 2009, negou qualquer delito e afirmou ser vítima de uma tentativa de “golpe” institucional executado pelas autoridades legais que tentam obter a deposição de um líder popular conservador.

Como primeiro-ministro, Netanyahu não possui qualquer obrigação legal de renunciar após ser indiciado. Nenhuma data foi estabelecida ainda para o início do julgamento. Três juízes devem presidir o caso na Corte Distrital de Jerusalém.

O processo submetido ao parlamento convocou ao todo 333 testemunhas de acusação. Especialistas em direito afirmam que a enorme lista de testemunhas pode arrastar o julgamento por anos e anos.

Dentre as testemunhas convocadas, está Sheldon Adelson, magnata do ramo de cassinos nos Estados Unidos, e sua esposa Miriam, além do produtor de Hollywood Arnon Milchan, o bilionário australiano James Packer e diversos chefes de segurança israelenses aposentados. Há também vários ex-assessores que concordaram em testemunhar contra Netanyahu ao fechar acordos com a procuradoria israelense.

Netanyahu desdenhou da extensão da lista de testemunhas. O primeiro-ministro israelense escreveu em sua página do Twitter:

“Quando a acusação é fato, não há necessidade de 333 testemunhas. Quando a acusação é é mentira, sequer 333 testemunhas poderão lhe ajudar.”

Netanyahu é acusado, entre outros delitos, de requerer ilegalmente e aceitar presentes caros, incluindo champagne e cigarros, em troca do uso de sua influência política para obter vantagens para Milchan e Packer. Ambos os bilionários não foram indiciados em qualquer acusação.

Outro caso contra Netanyahu concentra-se em alegações de que o primeiro-ministro prometeu a Arnon Mozes, editor do jornal em hebraico de maior circulação de Israel, que mobilizaria novas regulações contra a principal concorrência, cujo proprietário é justamente uma das testemunhas de destaque: o magnata Sheldon Adelson.

Netanyahu também é acusado de conceder favores regulatórios no valor aproximado de 1.8 bilhões de shekels (US$ 500 milhões) à empresa de telecomunicações Bezeq Israel em troca de cobertura positiva por um website pertencido ao ex-presidente da companhia.

As conversas entre Netanyahu, do tradicional partido Likud, e Benny Gantz, da coalizão centrista Azul e Branco, em torno de um governo de “unidade nacional” estão em impasse.

Caso nenhum acordo seja alcançado no prazo de dez dias – o fim de um período de três semanas no qual os parlamentares podem indicar um candidato para formar um novo governo – Israel deverá ter de realizar mais um ciclo de eleições.

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