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Pesquisa revela que 33% dos jovens palestinos temem compartilhar opiniões políticas na internet

Aplicativos de redes sociais [Wall Boat/Flickr]

O Centro Árabe para o Avanço das Redes Sociais 7amleh revelou que dois terços dos palestinos na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Israel temem compartilhar suas opiniões políticas na internet.

Uma pesquisa realizada pelo 7amleh descobriu que “76 por cento dos jovens palestinos acessam internet via smartphone por períodos de 5.5 horas por dia.” Também revelou que “dois terços dos jovens palestinos temem expressar suas opiniões políticas online” e um terço dos jovens palestinos são punidos por suas famílias após compartilhar pontos de vista políticos.

Sob o título “Silenced Net: The Chilling Effect among Palestinian Youth in Social Media” (“Net silenciada: o assustador efeito dentre a juventude palestina nas redes sociais”), o relatório descobriu que o atual ambiente político, social e jurídico impõe um impacto significativo nas atividades políticas da juventude palestina na internet.

“Os palestinos são submetidos à repressão como resultado das políticas e práticas de diversas autoridades, incluindo Israel, que rotineiramente utiliza informações privadas dos palestinos obtidas em suas redes sociais para vigiá-los, interrogá-los, prendê-los e indiciá-los,” denunciou a pesquisa.

A pesquisa também revelou que cidadãos palestinos de Israel não compartilham suas opiniões políticas online principalmente devido ao medo de perderem oportunidades de emprego ou ensino.

Em março deste ano, o Centro de Prisioneiros Palestinos (CPP) denunciou que Israel prendeu mais de 500 palestinos, incluindo mulheres e crianças, utilizando como pretexto suas postagens nas redes sociais, somente até maio deste ano. O estado da ocupação utiliza sua “Unidade Cibernética” para monitorar postagens nas redes sociais palestinas, reiterou o centro.

Em dezembro de 2018, o Centro Legal para os Direitos da Minoria Árabe em Israel Adalah acusou as grandes corporações de mídia de colaborar com as autoridades israelenses para censurar o conteúdo dos usuários.

Segundo dados oficiais, prosseguiu a entidade, em 2016, a chamada unidade cibernética da ocupação submeteu ao todo 2.241 pedidos de remoção de conteúdo online, dos quais 69 por cento foram de fato removidos. Em 2017, a mesma unidade submeteu impressionantes 12.351 pedidos de remoção de conteúdo, dos quais 85 por cento foram removidos.

Em julho de 2018, o Knesset – parlamento israelense – aprovou a primeira versão do que chamou de Lei do Facebook, a qual autorizaria as cortes de Israel a emitir ordens para deletar conteúdos online “caso firam a segurança humana, pública, econômica, estatal ou vital à infraestrutura”.

No entanto, o projeto foi vetado pelo Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, sob receio de que, conforme o texto da lei, a polícia pudesse pedir às cortes a remoção de qualquer conteúdo online sem conceder ao usuário sequer o devido direito de defesa.

Israel aprova a Lei do Facebook, que poderá autorizar que conteúdos online sejam deletados caso considerados incitação – cartum [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

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