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Mais de mil palestinos atingidos por Israel em Gaza têm ‘infecções ósseas graves’

Médicos palestinos carregam um manifestante ferido durante a Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Em 14 de junho de 2019 [Mohammad Asad/Monitor do Oriente Médio]

Mais de mil palestinos na Faixa de Gaza ocupada “sofrem graves infecções ósseas desenvolvidas após serem alvejados pelo exército israelense”, mostra uma nova atualização da instituição de caridade médica mundial Médicos Sem Fronteiras (MSF).

MSF disse que está “lidando com imensos desafios”, tratando os feridos pelas forças israelenses durante os protestos na Faixa de Gaza, incluindo infecções ósseas que contribuem “para o já complicado caminho de recuperação que essas pessoas devem seguir”.

Mais de 7.400 palestinos foram atingidos por munição real durante os protestos, conforme afirmou MSF, “com cerca de metade sofrendo de fraturas expostas, onde o osso está quebrado na área da ferida”.

“Os ferimentos por tiro por natureza são propensos a infecções”, disse MSF.

Nos casos como os de Gaza, nos quais as feridas são enormes, os ossos se fragmentam e o tratamento é difícil,. Muitas feridas ficam abertas por muito tempo após a lesão, o que significa que o risco de infecção é drasticamente maior.

Aulio Castillo, líder da equipe médica de MSF em Gaza, explicou que, para muitos de seus pacientes baleados, “a gravidade e a complexidade de suas feridas – combinadas com a grave escassez de tratamentos para eles em Gaza – significa que eles já desenvolveram infecções crônicas.”

O tratamento dessas infecções fica ainda mais difícil por causa de “um sistema de saúde que sofre os efeitos de mais de uma década de bloqueio israelense, brigas políticas palestinas e restrições egípcias ao movimento”, afirmou MSF.

“Trabalhamos com o Ministério da Saúde para atualizar um laboratório que possa analisar amostras de ossos, parte crucial do diagnóstico correto dessas infecções ósseas e do conhecimento de quais antibióticos funcionarão”, disse Castillo.

Segundo MSF, este é “o primeiro laboratório capaz de analisar amostras de ossos em Gaza”, já que “anteriormente, cada amostra tinha que ser enviada para laboratórios em Israel para testes”.

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