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Aldeias beduínas vão a tribunal de Israel contra a construção no cemitério muçulmano

Mulheres beduínas palestinas caminham na aldeia de Khan al-Ahmar na Cisjordânia ocupada por Israel. Em 16 de setembro de 2018 [Wisam Hashlamoun/Apaimages]

Os moradores de uma aldeia beduína palestina no sul de Israel peticionaram ao Supremo Tribunal, em uma tentativa de impedir a construção do cemitério muçulmano da comunidade, informou o Haaretz.

A construção em questão é um grande tanque de armazenamento de água planejado pela empresa nacional de águas Mekorot.

Moradores de Hashem Zana – uma das dezenas de aldeias não-reconhecidas – rejeitaram uma proposta de remoção das sepulturas e agora esperam que os tribunais possam impedir que a Mekorot continue pressionando pela construção.

A Mekorot anunciou o plano em 2017, visando terras pertencentes à família local Al-Ethman. De acordo com Haaretz, “o projeto foi interrompido logo após seu início, quando uma estrutura de concreto identificada como sepultura foi descoberta no local, junto com várias pilhas de pedras”.

Moradores disseram que o cemitério estava em uso antes da Nakba em 1948 até o início dos anos 90, quando os moradores “começaram a enterrar seus parentes em um cemitério alternativo”.

Depois que a Mekorot anunciou seu plano, a área foi cercada e a empresa “postou cartazes oferecendo ajuda aos residentes para remover as sepulturas”. Até agora, nenhum trabalho real começou.

Conforme relatado pelo Haaretz, os moradores foram informados em junho que o trabalho de construção era iminente. “Um policial nos disse que a Mekorot planejava começar a demolição [do cemitério] e que devíamos estar prontos”, disse um dos moradores.

Assim, no início de agosto, os moradores entraram com uma petição contra o projeto no Supremo Tribunal de Israel

Salam Al-Ethman, cujo avô está enterrado no cemitério, disse que os moradores não se opõem à construção de um tanque de água, mas propôem construí-lo em outra colina próxima, “que os profissionais dizem ser tão adequada quanto o local designado”.

“Estaremos dispostos a cooperar. Apenas deixem as sepulturas em paz”, disse ele.

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