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Palestinos alertam para ‘guerra religiosa’ em torno da situação de Al-Aqsa

Forças israelenses atacam fiéis palestinos para proteger extremistas judeus que invadem o local e ferem ao menos 37 palestinos, no complexo da Mesquita de Al-Aqsa, ponto crítico de Jerusalém. 11 de agosto de 2019 [Faiz Abu Rmeleh/Agência Anadolu]

Nesta quinta-feira (15), a Organização pela Libertação da Palestina (OLP) alertou para o fato de que as possíveis alterações do status quo da Mesquita de Al-Aqsa, ponto crítico de Jerusalém, por parte do gabinete de ministros do governo israelense, podem levar a uma “guerra religiosa”. As informações são da Agência Anadolu.

Em uma declaração escrita divulgada após uma reunião em Ramallah, o Comitê Executivo da OLP reiterou que as afirmações recentes do governo de Israel são “uma tentativa de arrastar a região a uma guerra religiosa”, além de servirem como “propaganda” para a divisão da mesquita.

Na terça-feira (13), Gilad Erdan, Ministro de Segurança Pública de Israel, realizou um apelo para que se altere o status da mesquita, de modo que judeus possam orar no local individual ou coletivamente, em uma área aberta ou fechada.

“Penso que há uma injustiça nesta situação que existe desde 1967,” declarou Erdan à emissora israelense Radio 90. “Precisamos trabalhar para mudar [o status quo], para que os judeus, com a ajuda de Deus, possam futuramente orar no Monte do Templo.”

Por sua vez, o Hamas, facção de resistência com base em Gaza, fez um apelo por unidade nacional em uma declaração escrita após uma reunião de emergência em torno dos últimos incidentes em Al-Aqsa, ocorridos na véspera e no primeiro dia do feriado islâmico Eid al-Adha.

Forças israelenses atacaram fiéis palestinos no complexo da Mesquita de Al-Aqsa no último domingo (11), ferindo ao menos 37 pessoas.

O Hamas definiu Jerusalém como uma “linha vermelha”, um limite a determinar que “qualquer ataque contra a Mesquita de Al-Aqsa é um ataque contra o povo palestino em particular e contra toda a ummah [comunidade islâmica].” A declaração reitera: “A única forma de resistir a este esquema é a verdadeira unidade nacional com base em um verdadeiro sentido de sociedade.”

O Ministério do Awqaf e Assuntos Religiosos da Palestina também divulgou uma declaração escrita que alerta contra os riscos da chamada “guerra religiosa” na região. Ao definir as recentes ações de Israel como “medidas de provocação” com o intuito de dividir a mesquita, o ministério reivindicou ações e intervenções por parte da comunidade internacional.

Israel ocupou Jerusalém Oriental, onde está localizada a Mesquita de Al-Aqsa, durante a Guerra Árabe-Israelense de 1967. Em 1980, Israel anexou a cidade inteira, em um movimento jamais reconhecido pela comunidade internacional, ao declará-la unilateralmente como capital “eterna e indivisível” do estado judeu.

Para os muçulmanos, Al-Aqsa representa o terceiro local mais sagrado do Islã, após Mecca e Medina. Os judeus referem-se à área como “Monte do Templo”, onde supostamente se localizavam dois templos judaicos na Antiguidade.

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