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Palestinos pedem reação do movimento BDS contra as demolições de casas por Israel

Soldados israelenses deixam palestinos desabrigados ao demolirem um prédio de dois andares em Sur Baher, Jerusalém Oriental, 22 de julho de 2019 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Ativistas palestinos do movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) fizeram um chamado global para todos que aderem à sua campanha a fim de intensificá-la como resposta às demolições em massa de casa palestinas no bairro de Sur Baher, Jerusalém Oriental, executadas por Israel.

Em uma declaração divulgada no website do movimento de BDS, os ativistas condenaram Israel por cometer “seu maior crime de limpeza étnica desde 1967” no bairro palestino de Wadi Hummus.

“Caso as agressivas demolições de casas executadas por Israel não sejam interrompidas imediatamente, outras comunidades palestinas serão as próximas,” reiterou o BDS.

“Somente em Jerusalém, ao menos um terço de todas as casas palestinas estão sob risco de demolição. Isso significaria impor o deslocamento de cerca de 100.000 palestinos.”

Segundo a campanha, “demolições de casas são parte fundamental do regime de ocupação israelense, da colonização e do apartheid imposto sobre o povo palestino.”

“Nossa resposta mais eficiente a este regime e às instituições e corporações que permitem seus crimes é Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS),” enfatizaram os ativistas.

“Boicotes e sanções foram essenciais para acabar com o regime de apartheid na África do Sul, e realizam hoje um papel cada vez mais determinante para dar fim também ao regime de apartheid perpetrado pelo estado de Israel.”

O movimento de BDS destacou a necessidade de “intensificar nossos esforços de base para responsabilizá-los [por seus crimes de lesa-humanidade] e garantir o respeito aos direitos palestinos.”

Exemplos de como “escalar” os esforços de campanha incluem “conscientizar e construir campanhas pelo rompimento de todas as relações militares e de segurança com Israel, incluindo o fim de pesquisas conjuntas nestes campos,” assim como “apoiar o chamado para que o HSBC suspenda seus investimentos na empresa de veículos pesados Caterpillar, cujo maquinário é utilizado para destruir as residências em Wadi Hummus.”

Outras campanhas incluem pressionar “as empresas da corporação Hewlett-Packard (HP) para que encerram sua cumplicidade com as violações israelenses de direitos humanos, incluindo o fornecimento de servidores para o Registro da População Nacional de Israel”, um banco de dados que “administra as políticas de cidadania e priva os cidadãos palestinos de Israel e os residentes palestinos de Jerusalém de seus direitos humanos básicos e direitos civis”.

O movimento de BDS também reivindicou que todas as campanhas sejam fortalecidas, “ao invocar igrejas, sindicatos e fundos de pensão para cortarem investimentos e/ou excluírem de negociações todos os criminosos corporativos envolvidos nas violações de direitos humanos executadas por Israel, incluindo a demolição de casas e a limpeza étnica.” Essas empresas incluem Caterpillar, Hyundai Heavy Industries, Volvo e JCB.

Para concluir, os ativistas também procuram manter a pressão sobre o Alto Comissariado para Direitos Humanos das Nações Unidas, “a fim resistir à pressão exercida por Israel e por seus grupos de lobby e publicar as informações das 206 corporações envolvidas no empreendimento ilegal de assentamentos israelenses.”

“A habilidade de Israel de executar tamanha limpeza étnica contra a população palestina nativa de Jerusalém e forçá-los a bantustões recortados pelo muro e pelos assentamentos ilegais pode ser enfrentada efetivamente pela mobilização do poder popular,” declarou enfim o movimento de BDS.

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