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Grupo de direitos humanos denuncia assassinato ‘injustificado’ de residente de Jerusalém Oriental por forças de Israel

Mohammad Samir Obeid, residente palestino de Jerusalém Oriental, foi baleado e morto por forças israelenses em 27 de junho de 2019 [Twitter]

A polícia israelense matou um residente palestino do território ocupado de Jerusalém Oriental no último mês de junho, “sem qualquer justificativa”, denunciou a ONG de direitos humanos B’Tselem nesta terça-feira (23).

A partir do meio de junho, forças israelenses iniciaram uma série de investidas diárias de punição coletiva e assédio sistemático no bairro de Al-Issawiya, em Jerusalém Oriental, principalmente como resposta às pedras atiradas por jovens locais.

Na noite de 27 de junho, cerca de dez oficiais da Polícia de Israel e da Polícia de Fronteira foram confrontados por um grupo de jovens locais. As forças israelenses responderam às pedras com balas de borracha e granadas de atordoamento.

Segundo o B’Tselem, Mohammad Samir Obeid, de vinte anos de idade, lançava petardos ornamentais contra as forças israelenses quando um oficial “apareceu por trás de uma parede baixa de alvenaria no canto do quintal e atirou ao menos uma vez contra o peito de ‘Abeid [Obeid]”.

Obeid estava a cerca de dez metros de distância do policial que abriu fogo.

Residentes tentaram resgatar Obeid em seus carros, mas foram perseguidos por duas motocicletas e dois jipes da Polícia de Fronteira, que “levaram ‘Abeid sob a mira dos revólveres”. Ele foi declarado morto no hospital.

A policial impediu que a família recuperasse o corpo de Obeid por quatro dias e permitiu que seu funeral ocorresse somente caso a família pagasse fiança no valor de 50.000 shekels (US$14.180), sob condição de “não hastear nenhuma bandeira palestina no funeral, não ter fogos de artifício ou tiros para o alto, tampouco a presença de homens armados”. Depois do funeral, “o dinheiro da fiança foi retornado à família.”

Após o assassinato, forças de ocupação israelenses realizaram uma série de ataques contra a comunidade, “em parte, para retirar bandeiras hasteadas nas ruas, retirar cartazes em memória de ‘Abeid na tenda funeral e remover uma placa de pedra colocada sobre o local onde foi morto.”

Segundo as Nações Unidas, do momento do assassinato de Obeid até 8 de julho, a polícia prendeu 65 residentes de Al-Issawiya.

A organização B’Tselem declarou que “os oficiais que mataram Muhammad ‘Abeid estavam amparados por equipamentos de proteção e não enfrentavam o menor perigo real. O ataque a tiros foi, portanto, injustificado e ilegal.”

A ONG reiterou ainda que o assédio sistemático da polícia israelense sobre os residentes de Al-Issawiya “é uma parte intrínseca da política de Israel sobre Jerusalém Oriental, com o objetivo de assegurar uma maioria demográfica de judeus na cidade. Este propósito é diligenciado, em parte, pelos recursos e esforços reservados a impossibilitar a vida dos palestinos na cidade, de modo que saíam ostensivamente por vontade própria.”

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