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Palestinos criticam participação americana na inauguração de túnel israelense

Saeb Erekat, secretário-geral da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) e chefe de negociações da Autoridade Palestina [foto de arquivo]

Saeb Erekat, Secretário-Geral do Comitê Executivo da Organização pela Libertação da Palestina (OLP) criticou duramente a participação de oficiais dos Estados Unidos na inauguração de um túnel entre a aldeia de Silwan e a região da Cidade Velha de Jerusalém ocupada.

“Espero que todo o mundo, incluindo os americanos, possam enxergar,” escreveu Saeb Erekat em sua página no Twitter. “Este não é o embaixador americano, mas sim um radical pró-assentamento israelense, lado a lado com Greenblatt, também presente, escavando as terras de Silwan, cidade palestina.”

Segundo a imprensa israelense, a inauguração do túnel teve a presença do embaixador americano em Israel David Friedman, do enviado de Donald Trump ao Oriente Médio Jason Greenblatt e do senador republicano Lindsey Graham. Segundo relatos, Friedman manejou uma marreta para quebrar alguns tijolos. O jornal Times of Israel reportou também declarações de outro oficial da OLP que condenou o evento como um “crime de guerra”.

A inauguração do túnel foi organizada pela Fundação Cidade de David. Segundo os coordenadores do evento, os visitantes poderão agora “tocar a história” e realizar uma caminhada de 300 metros na chamada “Estrada dos Peregrinos”.

Friedman reiterou: “Se havia alguma incerteza sobre a perspicácia, sabedoria e propriedade do Presidente Trump ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel, certamente já não restam mais dúvidas.”

Em resposta, a Autoridade Palestina afirmou que as forças de ocupação israelenses tentam legalizar suas práticas coloniais sobre a cidade de Jerusalém pelo subterfúgio da religião. “Friedman e Greenblatt estão disposto a falsificar a história para este propósito colonial.”

Segundo declarações de um especialista israelense em assuntos de Jerusalém ao jornal Haaretz, a participação de oficiais americanos em um evento como esse é “sem precedentes”, contudo “não surpreendente”, dada a identificação ideológica entre a direita israelense e o presidente americano. O jornal israelense levantou dúvidas sobre a credibilidade dos fatos históricos relacionados ao túnel, ao destacar que dois arqueólogos israelenses rejeitaram a escavação como uma violação flagrante da ética profissional.

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