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Intelectuais argelinos pedem por resolução ‘urgente’ para a crise

Argelinos carregam uma bandeira nacional gigante como parte de manifestação na capital Argel contra o presidente Abdelaziz Bouteflika, em 19 de março de 2019 [Ryad Kramdi/AFP/Getty Images]

Na quinta-feira (30), religiosos e acadêmicos islâmicos de destaque da Argélia lançaram uma iniciativa política em busca de uma solução “urgente” para a crise do país ao escolher uma figura de consenso para liderar a fase de transição.

A reivindicação é parte de um documento intitulado “Chamado dos Intelectuais”, assinado por 16 dos mais proeminentes pensadores da Argélia, segundo informações da Agência Anadolu.

De acordo com o documento, “a situação piorou e tornou-se mais séria, o que requer uma intervenção pacífica de comum acordo”.

Os signatários destacaram que tal objetivo poderá ser alcançado ao “implementar os artigos 7 e 8 da Constituição, que tornam o povo uma fonte de autoridade.” Como resultado, “indicará à fase de transição a pessoa que recebe a aprovação da maioria do povo a fim de assumir a responsabilidade de liderar o país em direção a eleições livres, justas e confiáveis”.

Os signatários consideraram que o “presidente consentido deve apontar um governo competente e um comitê independente para organizar as eleições, e então pavimentar o caminho para todas as figuras honestas concorrerem pela liderança do país”.

Os intelectuais também alertaram os jovens do movimento popular contra “infiltrados e oportunistas que desejam desviar o movimento do caminho certo”.

Conforme a mesma fonte, a iniciativa elogiou “a instituição militar por sua resiliência em proteger sua pátria, acompanhamento do movimento popular, manutenção da segurança e compreensão das demandas e aspirações do povo”.

Entre os signatários do documento está Abdel Razzaq Gassoum, presidente da Associação de Acadêmicos Muçulmanos da Argélia, maior organização de intelectuais islâmicos do país.

A iniciativa surge à luz da crise política na Argélia, após expirarem os prazos legais para candidatura nas eleições presidenciais, marcadas para 4 de julho. A crise ocorre em meio ao boicote da classe política e do movimento popular, meses depois do ex-presidente Abdulaziz Bouteflika decidir renunciar.

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