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Milhares de manifestantes argelinos exigem reformas e adiamento das eleições

Manifestantes acenam bandeiras argelinas durante protesto contra possíveis manobras para prolongar o governo do presidente da Argélia, na Praça da República, em Paris, 24 de março de 2019 [Francois Gillot/AFP/Getty Images]

Na sexta-feira (24), milhares de manifestantes tomaram as ruas da capital e de outras cidades argelinas para exigir o adiamento da eleição presidencial e a deposição da elite governista após o fim do governo de vinte anos de Abdelaziz Bouteflika, no mês passado, informou a agência Reuters.

Enquanto isso, uma fonte política afirmou à Reuters que o governo interino deve estender o atual período de transição para dar tempo aos preparativos para a eleição.

O protesto de sexta-feira marcou a 14ª semana consecutiva de manifestações. Eles continuaram durante o mês sagrado muçulmano do Ramadã, embora a multidão seja menor do que no pico dos protestos contra Bouteflika.

Os manifestantes exigem reformas políticas e a remoção de toda a camarilha de autoridades que governou a nação norte-africana desde a independência da França em 1962.

A deposição de Bouteflika preparou o caminho para um período de transição que deve terminar com a eleição presidencial marcada para 4 de julho. Os manifestantes, no entanto, exigem a renúncia de autoridades interinas encarregadas de supervisionar a votação, incluindo o presidente interino Abdelkader Bensalah, que substituiu Bouteflika por 90 dias. até a eleição, e o primeiro ministro Noureddine Bedoui.

“Não às eleições de 4 de julho”, gritavam os manifestantes envoltos em bandeiras nacionais enquanto marchavam no centro de Argel. Muitos seguravam faixas que diziam: “Fora Bensalah. Fora Bedoui”.

Protestos semelhantes eclodiram nas outras principais cidades da Argélia, incluindo Annaba, Orã e Constantino.

A mesma fonte política relatou que o período de transição, que deve terminar alguns dias após a eleição de 4 de julho, pode ser estendido por pelo menos três meses. “O tempo está se esgotando e os organizadores não terminaram os preparativos para as eleições,” afirmou.

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, o tenente-general Ahmed Gaed Salah, disse na semana passada que as eleições eram a única forma de sair da crise, mas não mencionou uma data para a votação.

Ele fez novos apelos de apaziguamento, mencionando a resposta positiva do exército às demandas dos manifestantes pelo julgamento de pessoas consideradas corruptas.

O irmão mais novo de Bouetflika, Said, e dois ex-generais da inteligência foram presos sob acusação de prejudicar a autoridade do exército e conspirar contra a autoridade do Estado.

Vários empresários também foram detidos por alegações de envolvimento em casos de corrupção.

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