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Autoridade Palestina afirma que decisão da Alemanha contra o BDS é ‘perigosa’

Manifestantes reivindicam apoio à campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) da comunidade internacional. No cartaz faz um apelo à União Europeia e à ONU: “É hora de BDS.” [Gali Tibbon/AFP/Getty Images]

A Autoridade Palestina afirmou ontem (19) que vê a decisão da Alemanha de classificar o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções como antissemita como algo “bastante perigoso”, conforme relatou o jornal Asharq Al-Awsat.

Em uma declaração publicada pelo Ministro de Relações Exteriores, a Autoridade Palestina alegou que esta decisão prova que Israel ainda impõe sua agenda a representantes das nações europeias, acrescentando que convenceu o parlamento alemão via “chantagem” histórica pelo crime do Holocausto.

Na sexta-feira, a Alemanha votou a favor de uma lei que classifica o movimento de BDS como antissemita alegando que as etiquetas “não compre” da campanha – cujo objetivo é identificar produtos de origem israelense de modo a dissuadir os consumidores de consumí-los – “levantam associações com o slogan nazista ‘Não compre de judeus’” e são “remanescentes da fase mais horrível da história alemã.”

A declaração da Autoridade Palestina afirma que esta decisão “ignora o fato de Israel ser um estado de limpeza étnica que continua a cometer crimes contra os palestinos sem ser responsabilizado.”

Israel enfraquecido enfrenta o BDS – cartum [Sabaaneh/Middle East Monitor]

A Autoridade Palestina também alega que a decisão opõe-se à lei internacional e “contradiz a legitimidade internacional e sua resolução, além de ser considerada uma violação flagrante das políticas da União Europeia.” Reiterou que os assentamentos judeus israelenses na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém são um crime de acordo com a lei internacional e as convenções de Genebra.

A Liga Árabe também pediu que o parlamento alemão – conhecido como Bundestag – revogue a decisão. Saeed Abu Alo, auxiliar do secretário-geral para assuntos palestinos da organização, registrou em uma declaração que a moção do Bundestag contra o BDS é “deplorável… injustificada… [e] enviesada” a favor de Israel. Ele exigiu que o parlamento da Alemanha “reverta este passo equivocado e apoie o direito do povo palestino por liberdade.”

O movimento de BDS – Boicote, Desinvestimento e Sanções – é uma campanha internacional que pede pelo boicote à ocupação israelense, desfinanciando sua economia e impondo-lhe sanções como método pacífico de resistência que pode levar justiça, liberdade e igualdade aos palestinos e apoiá-los em sua busca por autodeterminação.

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